Barata Americana (Periplaneta americana)
Também conhecida como barata grande, barata voadora ou barata-de-esgoto, essa é uma das espécies domésticas mais comuns no Brasil.
As baratas americanas podem viver em grandes grupos sobre paredes nuas, desde que não haja perigo ou distúrbios constantes, como predadores naturais ou outros riscos (limpeza, por exemplo).
Normalmente, a barata americana deposita a ooteca em um local seguro, próximo a uma fonte de alimento. Durante uma inspeção, é importante verificar rodapés, rachaduras, cantos, frestas, ralos e caixas de gordura para avaliar o grau de infestação dessa praga.
Os locais preferidos para os adultos se estabelecerem incluem esgotos, canaletas de cabos, caixas de inspeção, galerias de águas pluviais e tubulações elétricas. Elas também aparecem em áreas pouco frequentadas, como arquivos e depósitos, especialmente onde há abundância de papelão ondulado, seu esconderijo favorito.
Barata Germânica (Blatella germanica)
Também conhecida como barata pequena, barata alemãzinha, barata alemã, francesinha ou paulistinha, trata-se de uma espécie de barata de pequeno porte e altamente prolífica. As ninfas podem medir apenas um milímetro.
Os locais preferidos para se abrigarem são pequenos e geralmente passam despercebidos, como azulejos quebrados, batentes de portas, armários e prateleiras de madeira, vãos e cavidades em geral (como conduítes elétricos), motores de equipamentos de cozinha, além das áreas atrás e debaixo de pias e balcões.
Diferentemente da B. americana, a B. germanica carrega a ooteca até que esteja madura, depositando-a em um local abrigado, próximo a uma fonte de alimento.
Áreas de manipulação e armazenamento de alimentos estão sujeitas à infestação pela B. germanica. As embalagens de produtos são um eficiente mecanismo de dispersão dessa praga, já que as baratas se alojam facilmente em pequenos espaços de caixas de papelão, sacos plásticos e outros materiais. Assim, a barata alemã pode se espalhar com facilidade, seja para locais próximos, seja para outros países.
A concentração de baratas alemãs ocorre principalmente em cozinhas, sanitários e outras áreas com disponibilidade de alimento e umidade.
Em nossas residências, o acúmulo de jornais, livros, lixo, furos e rachaduras em paredes, azulejos soltos, forros de gesso e madeira, bem como vãos entre instalações elétricas e hidráulicas, criam habitats ideais para essas baratas. Elas também se abrigam em armários, ambientes pouco ventilados e locais com acúmulo de materiais, como maleiros, quadros de energia, relógios de água, porões e sótãos.
Os xilófagos (xilo = madeira, fagos = alimento), como o nome indica, são insetos que se alimentam de madeira e/ou material celulósico. Essas pragas podem causar danos diretos ou indiretos em edificações, e alguns tipos de xilófagos são de nosso interesse, como:
- Coleópteros – brocas e carunchos
- Isópteros – cupins, também conhecidos como aleluias, bichos de luz, cupins de concreto, entre outros.
Os cupins pertencem à ordem Isoptera, que conta com cerca de 2.800 espécies catalogadas no mundo, sendo conhecidos como pragas de madeira e outros materiais celulósicos. Esses insetos causam danos econômicos significativos. São eusociais, ou seja, formam colônias que podem conter milhões de indivíduos.
Entre as diversas espécies classificadas como pragas urbanas, destacam-se os cupins subterrâneos e os cupins de madeira seca.
Madeira Seca (Cryptotermes brevis)
Chamado popularmente de cupim de madeira seca, este inseto normalmente se restringe à peça atacada, não tendo capacidade de migrar de uma madeira infestada para outra, exceto quando há contato direto entre ambas. O tamanho da colônia é proporcional ao tamanho da peça atacada, sendo, geralmente, colônias pequenas, com cerca de 300 a poucos milhares de indivíduos. Esse pequeno número de indivíduos é compensado pelo grande número de colônias que podem ser encontradas em uma estrutura.
Os cupins de madeira seca são sensíveis à umidade e à perda de água. Sua sensibilidade é tamanha que suas fezes se formam em pelotas fecais secas. Essas fezes ficam armazenadas em uma câmara no ninho e podem ser usadas para fechar canais como mecanismo de defesa.
O ciclo de vida e a formação de suas colônias são semelhantes aos do cupim subterrâneo (consulte Biologia/Cupim Subterrâneo).
Dicas de Prevenção
- Vistoria periódica de rodapés, forros, armários, estantes, esquadrias e outras estruturas de madeira.
- Fique atento a rastros de grânulos amontoados próximos à madeira infestada, o que facilita a detecção.
- Se encontrar peças isoladas infestadas, descarte o móvel.
- Em bibliotecas e arquivos, sempre que possível, prefira estantes metálicas.
- Remova todo entulho de madeira da área a ser construída, incluindo troncos, raízes de árvores e madeiramento de escora de cortes.
- Remova todas as formas de madeira utilizadas na construção.
- Realize o tratamento preventivo de toda a madeira a ser introduzida e fixada na edificação.
Subterrâneo
Os cupins subterrâneos recebem esse nome por construírem seus ninhos no solo. Esses ninhos podem ser localizados em vãos estruturais, como caixões perdidos em edifícios, vãos entre lajes, paredes duplas ou qualquer outro espaço confinado existente em uma estrutura, seja ela uma residência, indústria ou comércio. Isso os diferencia dos cupins de madeira seca, cujos ninhos estão restritos à madeira infestada.
Entre as espécies que constroem seus ninhos no solo ou em edificações, destacam-se: Coptotermes havilandi, Nasutitermes spp., Heterotermes tenuis, Rhinotermes spp., Reticulitermes spp., entre outras.
O Coptotermes havilandi é a espécie invasora de maior importância econômica no Brasil.
Entre os insetos xilófagos (xilo = madeira, fagos = alimento), os cupins subterrâneos são alguns dos mais agressivos. Eles saem do ninho em busca de alimento, perfurando materiais como o concreto e podendo percorrer até 500 metros. Dessa forma, eles danificam estruturas de madeira, mobiliário, redes elétricas, telefonia, entre outros.
A colônia dos cupins subterrâneos é formada por indivíduos com funções especializadas. A especialização resulta em polimorfismo, ou seja, indivíduos com diferentes formas, adaptadas às funções que desempenham.
Existem três tipos principais de castas na colônia: operários, soldados e reprodutores alados.
Casta dos Operários
– São responsáveis por todas as funções rotineiras da colônia, como obtenção de alimento, alimentação de outros indivíduos (inclusive o rei e a rainha), construção e manutenção do ninho (reparação de danos e limpeza) e cuidados com os ovos.
Casta dos Soldados
– Sua função é proteger o ninho e os operários durante a busca de alimento. Possuem uma potente mandíbula capaz de esmagar e cortar, além de uma cabeça dura e volumosa que pode obstruir passagens estreitas do ninho, servindo como defesa contra inimigos naturais. O formato da cabeça e das mandíbulas pode ajudar na identificação da espécie infestante.
Casta dos Reprodutores Alados
– São indivíduos sexualmente maduros (machos e fêmeas) responsáveis pela reprodução. São conhecidos como siriris, siri-siris ou aleluias. Durante a revoada ou enxamagem, eles deixam o ninho com o objetivo de encontrar um local onde possam se reproduzir e formar uma nova colônia. Esse fenômeno ocorre principalmente em épocas quentes e úmidas, normalmente no final da tarde, próximo ao anoitecer. Quando o casal não se encontra durante o voo, a fêmea libera um feromônio sexual para atrair o macho, e juntos se dirigem a um local seguro, onde ocorre o acasalamento e inicia-se a formação de uma nova colônia. A partir daí, os cupins são chamados de rei e rainha (o casal real da colônia).
O ciclo de vida pode ser resumido em três estágios: ovos, formas jovens (ou ninfas) e adultos. A rainha coloca os ovos, que se transformam nas formas jovens. Essas formas jovens podem se diferenciar em operários, soldados e reprodutores alados.
Algumas Medidas Preventivas durante a Construção
Além dessas medidas, os Métodos Preventivos contra infestações de cupins subterrâneos são essenciais. O método a ser escolhido deve ser compatível com o tipo de edificação, ter eficiência comprovada, possibilitar o controle da praga a qualquer tempo e ser seguro para o meio ambiente. Por isso, deve ser realizado por uma empresa especializada.
Curiosidades
“Na natureza, nada se desperdiça.” O ninho do cupim subterrâneo Coptotermes havilandi é construído apenas com suas fezes e saliva, podendo alcançar um volume de até 0,5 metros cúbicos.
Atualmente são conhecidas cerca de 1.400 espécies de escorpiões distribuídas pelo mundo com exceção da Antártida.
Estes aracnídeos não são exclusivos das regiões de clima tropical e subtropical podendo ser encontrados nos Alpes suiços, planícies canadenses, floresta amazônica, Europa, Ásia, Oceania e demais regiões. No Brasil as espécies mais importantes em Saúde Pública pertencem ao gênero Tityus, destacando-se as espécies Tityus serrulatus (escorpião amarelo) e Tityus bahiensis (escorpião preto).
O homem é o grande responsável pela dispersão de muitas espécies destes aracnídeos através do transporte de cargas em caminhões e ferrovias, distribuindo-os em diversas regiões do território nacional.
Nas áreas urbanas podemos encontrar estes escorpiões em locais com infestação de baratas, em terrenos baldios, onde haja acúmulo de entulhos e materiais de construção em jardins sem a devida conservação.
Ocasionalmente encontramos escorpiões em residências que não apresentam estas condições, podendo a infestação ser oriunda de terrenos baldios e casas abandonadas na vizinhança.
Na verdade a presença destes aracnídeos se deve, muitas vezes, as condições favoráveis fornecida pelo próprio homem tendo como consequência a ocorrência de acidentes com crianças e adultos.
A picada do escorpião amarelo em crianças pode ocasionar um estado clínico grave levando até a morte, entretanto a picada do escorpião preto apesar de dolorosa dificilmente ocasiona a morte da vítima.